Por: Alessandro Buzo
A uma semana da Final da Libertadores 2020, dia 30 de janeiro de 2021, jogo único no Maracanã, Palmeiras x Santos, venho aqui recordar a final de 99.
Lembrança boa, mas poderia ter sido uma tragédia e mudado minha vida inclusive, dependendo do resultado, mas antes dizer que..... Fui torcedor de arquibancada, principalmente Parque Antartica, Pacaembu e Morumbi, por anos, os clássicos eram meio a meio e 90% no Morumbi. Comecei ir ao estádio no meio dos anos 80, ainda durante a fila de títulos, antes teve um Taubaté 0x1 Palmeiras no interior, nessa fase morei em Caçapava porque meu pai trabalhava no Volkswagem de Taubaté, fui ao jogo com meu amigo e o pai dele, que trabalhava com o meu. Foi meu primeiro jogo, gol do Carlos Alberto Borges.
Meu primeiro jogo na capital foi derrota pro rival e nem quero entrar no mérito, quem me levou foi meu falecido tio Lagartixa, depois aprendi o caminho e comecei a ir sozinho, uma época me filiei a Mancha Verde e assistia com a torcida na arquibancada, gostava de tremular bandeira, aquele tempo bandeira com mastro podia entrar.
Clássico, na época que comecei, as duas torcidas saiam do Anhangabaú, com ônibus fretados da CMTC, saiam acreditem, do mesmo lugar, um ônibus do Palmeiras, o próximo do Corinthians por exemplo, existia um clima, mas não era de guerra, quando os ônibus se encontravam no caminho, a onda era acertar cuspe no rival, se cuspia e se do outro lado o cara abria pra cuspir na hora errada, era acertado e rolava festa no busão que acertou o cuspe.
Lembro que a violência mesmo, além de umas porradas de vez em quando, começou com a Independente do São Paulo jogando bomba caseira, é minha lembrança.
Mas vamos ao tema dessa crônica, a Final da Libertadores da América de 1999, Palmeiras campeão nos penaltys contra o Desportivo Cali da Colômbia.
Não consegui ingresso, quando começou vender foi rápido e não era semana de pagamento, não tive nenhuma chance de ir. Frequentei arquibancada mesmo, até 1994, 95... depois que comecei a namorar minha hoje esposa Marilda, fiquei noivo, comecei a construir uma casa em cima da sogra, não sobrava mais tempo, nem dinheiro pro futebol, fui virando torcedor de radinho.
Tinha parado mesmo de ir desde o Palmeiras 2x0 Santos, campeão paulista 96 em 2 de junho de 1996, fui nesse jogo com a então namorada Marilda, que no fundo era são paulina, hoje se interessa pouco por futebol. Depois desse jogo, não fui mais.
Lembro que a Libertadores 99 empolgava, eu então estava casado, casei em setembro de 1998, não tinha filho ainda, o Evandro nasceu em março de 2000, então era só eu e a nega.
Fomos assistir o jogo no Bar do Cabral no Conjunto Encosta Norte no Itaim Paulista, eu tinha umas transações comerciais com o Cabral e lá poderia beber a vontade, tinha crédito.
Lembro pouco do jogo, muito pouco, bebi um pouco além da conta e estava doidão.
Só lembro melhor do sofrimento dos penaltys, e quando o Zapata errou a cobrança e o Palmeiras finalmente era campeão da Libertadores, peguei um fogos de artifício, foi a última vez na vida que soltei um. Corri pro meio da rua e acendi, mas com o monte de cachaça na mente, segurei ele virado para baixo. Só não fudeu minha vida, meu rosto e tudo mais, porque quando ele saiu, não estava voltado diretamente pra minha cara, ele fez um risco na buchecha, no peito e na perna, queimou a roupa e camisa do Palmeiras e deixou um risco no corpo, mas não me acertou em cheio, evitando uma tragédia, ele acertou no chão e meu ouvido zumbia que fiquei um tempo surdo.
Agradecia não ter sido atingido, e o Palmeiras ser campeão.
Não lembro mais nada desse dia, nem como fui embora.
Só voltei a frequentar estádio, quando meu filho cresceu e virou palmeirense, mas isso eu conto em outra crônica.
Alessandro Buzo
torcedor
Escrito em 23/1/21, a uma semana do possível BI Campeonato da Libertadores Obsessão. Nem queria ser convidado para esse jogo, queria que meu filho fosse.
Caraio, busão. Ramelou no foguete kkkkkkkk. Dia 30 é beber menos e soltar mais rojão pra superar o trauma. Avanti!
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