Já passei diversas vezes em frente ao Maraca, já fiz o TOUR, então conhecia por dentro e já tinha visto um jogo em 2013, Espanha 10x0 Taiti, mas tinha uma lacuna, nunca tinha visto no estádio mas famoso do Brasil e um dos mais famosos do mundo, uma partida do meu Palmeiras.
Desta vez deu certo, eu e meu filho fizemos um bate volta monstro, de busão de rodoviária, embarcamos meia noite em São Paulo, 6 horas de viagem, pouco mais de 6 da manhã, chegamos na cidade maravilhosa, melhor seria ir pro entorno do Maracanã, já que 10h precisava trocar o ingresso na bilheteria.
Pegamos um UBER até lá e na chegada, muita gente fazendo exercício, demos uma volta completa no estádio, reconhecimento de território antes de procurar na padaria pra tomar um café da manhã, perguntamos pra umas mulheres que estavam trabalhando na limpeza, não sabiam onde tinha, ai vi um casal com cachorro, pique morador, me deram a letra de como chegar na Padaria Alvorada (desde 1954), foi nossa base (café, almoço e lanche da noite). De barriga cheia fomos dar um rolê na região, precisava carregar o celular, achamos um boteco raiz com tomada, já que na padoca chic não tinha, latão heineken 8 reais, estupidamente gelada, ficamos bebendo enquanto carregava o celular.
Já começava o movimento de torcedores, a união de palmeirenses e vascaínos é antiga e forte, baita recepção, a curiosidade é que no meio de uma torcida, no caso a do Vasco, aparece alguém de Flamengo, Fluminense, Botafogo e nada acontece, em São Paulo isso já é mais complicado, o vendedor na frente do estádio, com camisa do Fla, num jogo do Vasco, enfim, cada estado com as suas peculiaridades. Sou anti violência, então acho legal, mas ainda assim, estranho.
Trombamos um monte de amigos, muitos deles nas fotos, outros não.
A hora corria e almoçamos um belo contra filé a cavala, pra aguentar a jornada, depois colamos num rua perto da padoca, rolando num bar, o Samba da Barreira, alto astral, por lá a rapa da Vasconha, comprei um boné.
Apesar da amizade, de estar o tempo todo junto e misturado, não deixaram eu entrar no estádio com boné do Vasco.
Sai contrariado e decidi esconder num lugar, atrás de uns tapume, eu e outro cara, ambos com boné Vasconha, combinamos que quem chegasse primeiro deixaria o boné do outro na volta, se ainda estivesse lá.
Entrei, a Torcida do Vasco canta alto, mas a do Palmeiras fora de casa é absurdo, levamos no grito e como sempre, cantamos quando tomamos gol, e foram dois no primeiro tempo, o Vasco abriu 2x0, eu nunca fui pra fora do estado e vi o Palmeiras perder, 2x1 ainda no primeiro tempo, gol do Navarro e no segundo o empate, gol do Arthur, primeiro com a camisa do Palmeiras.
- O Palmeiras é o time da virada, o Palmeiras é o time do amor.
Quase deu pra virar, seria histórico, mas pra quem saiu perdendo de 2x0, o empate ficou no lucro.
Na saída, os ônibus das organizadas tinha ficado em frente ao tapume onde guardei o boné, fui até lá e estavam lá, os dois, como tinha gente ao redor, decidi pegar os dois e aguardar o jovem, dono do outro, vi primeiro os amigos dele, quando ele voltava decepcionado por não ter encontrado, me viu e agradeceu.
Batemos um lanche na padoca, pegamos um UBER pra rodoviária e conseguimos antecipar a volta que seria 23h, pras 20h30, chegamos 3 da madrugada em São Paulo, tinha deixado o carro no estacionamento anexo ao terminal e 3h40 estava chegando em casa no Itaim Paulista, extremo leste de São Paulo, com a missão de ver o Palmeiras no Maracanã, cumprida com sucesso e o sentimento que só o torcedor visitante tem, é diferente ser o forasteiro.
Seja em jogo de torcida amiga, ou não.
Mais um pra conta com meu filho Evandro junto: - Todo amor que sinto por ti eu vou passar pro meu filho, outra missão cumprida.
Próxima parada, Derby no próximo final de semana no Allianz Parque.
Alessandro Buzo
Twitter: @BuzoSEP
www.buzosep.blogspot.com
Autor dos livros: Torcida Que Canta e Vibra (e) Maior Campeão do Brasil.
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